segunda-feira, 20 de abril de 2009

Análise Diacrônica do Produto

A Análise Diacrônica é todo o historico do produto, a sua evolução.

Como o meu tema de pesquisa são os utensilios para alimentação, esse produto tem um breve historico então eu resgatei uma parte da evolução dos talheres, segue:

Segundo (Petroski, 2007, p.12) “Acredita-se que a faca teve sua origem em peças taladas de sílex e obsidiana, pedras e rochas muito duras cujas pontas fragmentadas podem se tornar cortantes, por isso são adequadas para fatiar, furar e cortas legumes e carne animal.” Isso nos mostra que muitas coisas que usamos vieram da natureza.

As primeiras facas eram posses pessoais estimadas e serviam para muitas coisas. A ponta afiada podia não apenas perfurar a carne de um inimigo, mas fatiar pedaços de comida e levá-los à boca. O cabo dessa faca, há muito desaparecido, provavelmente era feito de madeira ou osso.” (PETROSKI, ano, p.13). Podemos observar este tipo de comportamento ainda hoje em dia, na cultura gaúcha, os peões utilizam em seu cinto em na sua bota uma faca que utilizam desde descascar frutas e até matar animais em suas caçadas.

Qual a origem dos garfos, segundo Petroski (2007):
“Os primeiros garfos para auxiliar na alimentação tinham duas pontas ou dentes e eram usados sobretudo na cozinha e para espetar e servir a comida. Eles furavam a carne como uma faca pontuda, mas os dentes impediam que ela se movesse e deslizasse enquanto era cortada. Embora essa vantagem deva ter sido reconhecida já em tempos pré-históricos – quando os galhos, bifurcados ou não, eram facilmente encontrados para espetar a comida e colocá-la sobre o fogo - , os garfos, como utensílios para refeições, ainda levariam muito tempo para surgir. Acredita-se que eles já eram utilizados nos jantares das cortes reais do Oriente Médio no inicio do século VII e que chegaram à Itália em torno do ano de 1100. Porém, só perto do século XIV vieram a ser vieram a ser empregados de forma significativa.”

Os garfos assim como as facas também foram desenvolvidos a partir de elementos da natureza utilizados pelos pré-históricos.

Para Petroski, “Os primeiros garfos de duas pontas funcionavam bem para segurar a carne a ser cortada, mas não eram úteis para juntar ervilhas e outros alimentos pequenos. A ponta arredondada e grossa da lâmina da faca evoluiu para levar a comida à boca. A lâmina recurvada era um modo de minorar a contorção do pulso nesse uso especifico do utensílio. Os conjuntos de talheres ingleses acima datam (da esquerda para a direita), aproximadamente de 1670, 1690 e 1740.” (2007, p. 23). Nesse Conjunto garfo e faca, podemos observar que o garfo se assemelha com o garfo utilizado na cozinha gaucha para espetar a carne durante o churrasco. E realmente esses garfos só poderiam ser usados para espetar o alimento pois a distancia entre os dentes do garfo são tão distantes que o alimento não poderia ficar sobre o garfo. Já a faca, como PETROSKI comenta sobre que a superfície laminada da faca era utilizada para levar os alimentos menores a boca, porem esta faca não deveria possuir lamina afiada para que não cortasse a boca, surgindo assim um outro talher.

De acordo com PETROSKI, “Estes garfos representam alguns dos talheres que faziam parte da linha Moselle. Da esquerda para direita: garfo para picles, garfo para tortas e garfo para salada. As duas primeiras peças dos dentes menos robustos, que entortavam, quando os garfos passaram a substituir as facas que quase todas as operações de comer. A natureza assimétrica torna esses objetos nitidamente adequados para pessoas destras.” Podemos observar a poluição de elementos decorativos muito utilizados pelos nobres da época, que os utilizavam não só nos talheres mas desde estruturas arquitetônicas a pecas do vestiário.

Para PETROSKI, “Esta coleção de garfos mostra as variações existentes em diversos padrões de talheres. Conforme o uso, na fileira superior, da esquerda para a direita: garfo-colher para ostras; garfos para ostras (quatro estilos); frutas (quatro estilos); tartaruga; alface; quiche. Na fileira do meio: garfo grande para salada; pequeno para salada; para criança; lagosta; ostra; garfo coquetel para ostras; frutas; lagosta; peixe; garfo coquetel para ostras. Na fileira inferior: garfo para manga; frutas pequenas; sorvete; tartaruga; lagosta; tortas de frutas; salada; peixe; torta; de sobremesa; de mesa.” Podemos notar nesta Linha de talheres que ainda predomina os talheres destinados a alimentos nobres.

Segundo PETROSKI, 2007, “Na fileira superior, da esquerda para a direita: garfos para sardinha (três estilos); para sardinha com apoio auxiliar; facas para geléia (cinco estilos). Na fileira do meio: pegador de tomates (três estilos); garfo para tomates. Fileira inferior, esquerda: faca para manteiga (quatro estilos). Fileira inferior, direita, de cima para baixo: pegador de queijo (dois estilos); faca para queijo; conchas para queijo (quatro estilos).” Nesta Linha de utensílios podemos observar arabescos não só na empunhadura mas também na parte onde sustenta o alimento a qual fica em contato com a boca do usuário. Outra observação, são as formas, a maior parte derivada da faca.

A figura 9, mostra “Da esquerda para a direita: garfo de mesa, garfo pequeno, garfo de ostras, faca de mesa, faca pequena, faca de manteiga, garfo e faca para frutas.” Estes talheres já possuem a forma mais parecida com a nossa atual.

A variedade de utensílios utilizados na cozinha atual é maior, mas nada tão distante daqueles tempos. Hoje, as linhas ampliaram-se e algumas extinguiram-se. A maior parte das culturas utilizam-se de talheres, que, antigamente era restringida somente aos nobres. Podemos notar o avanço da simplicidade, pois os talheres de hoje, possuem na sua forma a simplicidade e sem perder o charme. Porém tem uma justificativa, antes os talheres eram somente usados pelos nobres, os quais tinham em seus móveis e vestimentas diversos adereços e adornos. Essa simplicidade, facilitou a praticidade principalmente quanto a sua higienização.

2 comentários:

  1. Olá, Carol. Talvez você se interesse por esse livro: Pense no Garfo, da autora Bee Wilson.

    http://blogs.estadao.com.br/paladar/pense-no-garfo/

    Boa sorte!

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